Por que eu parei de usar óleos essenciais pra (quase) tudo

Quando eu descobri os óleos essenciais eu fiquei embasbacada com o tanto de coisas que eles eram capazes. É só você ver a lista de um pra, inclusive, duvidar que ele consiga ser eficaz em caspa, acne, dermatite, tenha efeito calmante e antisséptico tudo ao mesmo tempo. Mas eu comecei a usar nos cosméticos, pra substituir o perfume dos produtos de limpeza, pra fazer cheirinho pra borrifar na casa. Como eu dava bastante curso de beleza natural, acabava usando os restinhos de OE pra mim então sempre tinha disponível.

Mas já tem um tempo que falo disso por aí (lá no instagram) e não tinha falado aqui ainda de que parei de usar óleo essencial em receitas de produtos de limpeza e em quase tudo. É normal a gente ir aprendendo, questionando e aumentando a capacidade crítica e foi isso que aconteceu.

Inclusive, a Lays Calazans que tem a marca de cosméticos recém-lançada Elemi, foi quem me deixou com uma baita pulga atrás da orelha em uma conversa no nosso grupo do telegram da minha comunidade sobre isso: ela comentou sobre achar um certo desperdício usar tanto OE pra fazer sabonetes, que usamos por tão pouquinho tempo na pele e poderiam muitas vezes serem puros de óleos vegetais – ou com extratos de plantas que trouxessem cheiro ou outras funções terapêuticas de outra forma. E eu concordei muito. No cabelo eu até entendo porque a gente deixa a espuma um tantinho, mas na pele eu uso muito rápido qualquer sabonete. As saboeiras podem falar aqui a importância ou a diferença que faz, mas tenho certeza que ainda assim poderíamos diminuir o uso dos OE.

Pra você ter uma ideia, são usados cerca de 200kg de flores de lavanda pra produzir 1kg de óleo essencial e esse óleo é tão famoso e tão utilizado que hoje a produção da lavanda pra esse fim já é uma monocultura em muitos lugares, com hectares a se perder de vista da planta. E veja bem, não é porque o óleo é maravilhoso, que a lavanda é linda e cheirosa, que uma plantação assim de só uma espécie seja melhor que outra que a gente talvez simpatize menos (como a soja ou o milho transgênico).

Foto de um lavandário. É lindo, mas é imenso e não tem biodiversidade. Do Dimitri Iakymuk via Unsplash

Eu sempre priorizei usar óleos mais baratos (que também são mais abundantes na natureza) como os de frutas cítricas em receitas como a do sabão líquido natural porque, bem, pra economizar que eu não sou rica. Mas de uns tempos pra cá, só de pensar na quantidade de plantas usadas pra gerar aquelas gotinhas que eu jogava no sabão que depois ia ser jogado fora na máquina de lavar eu já ficava nervosa.

Um óleo essencial é uma riqueza só porque de fato é um luxo: quilos de plantas pra extrair aqueles 10ml que custam caríssimo e tem poderes terapêuticos incríveis. Além de ser caro pro bolso, também é caro pro meio ambiente usar e abusar deles em produtos de limpeza pra casa, cosméticos que não usamos por segundos, em preparações que nem próprias pra isso são (como misturas com água que precisar ser descartadas logo) ou simplesmente pelo cheiro no ambiente.

Ah, e não vou nem comentar muito mas existem empresas com esquemas muito duvidosos de venda de óleos essenciais que incentivam que usemos em TUDO e NA GENTE de forma completamente irresponsável, inclusive sugerindo que a gente INGIRA. Tem mais sobre isso na série documental do Netflix chamada A Indústria da Cura, um dos episódios é sobre os OE.

Hoje eu só uso óleo essencial nas seguintes ocasiões:

  • cosméticos que se beneficiam de OE como o desodorante em creme que o OE de lavanda e de teatree ajudam a combater o mau cheiro e acalmar a pele; o sérum facial que é um produto de tratamento e o OE presente serve pra tratar alguma questão do rosto.
  • difusor pessoal como colares ou inaladores porque uso o OE como “remédio” em algumas situações (uso bastante o de alecrim contra pressão baixa, o de laranja doce quando estou muito triste e desanimada e o de lavanda quando preciso me acalmar).
  • difusor de ambientes com a mesma função do inalador pessoal – esse uso muito menos porque sinto que o OE se perde mais.

Queria te convidar a pensar sobre isso e, quem sabe, diminuir o uso de óleos essenciais na sua rotina pra que eles sejam, de fato, essenciais. Eu estou indo atrás e editando as postagens que eu sugeria o uso de óleos essenciais em receitas quando não são de fato necessários e todas as receitas do ebook de produtos de limpeza vão passar por uma revisão pra garantir que não fique nenhuma sugestão que vá gerar desperdício.

E o perfume, como fica?

Acho interessante primeiro a gente pensar na nossa fixação por coisas perfumadas. A Bea Johnson postou um tempo atrás sobre como, depois de tanto tempo usando cosméticos e produtos de limpeza naturais, os cheiros do mundo ficaram insuportáveis de aumentados. Eu sei que aqui no Brasil temos uma loucura da limpeza (eu mesma sou tãntãn da cabeça sobre isso) e é só ver como vídeos de faxina, limpeza, produtos e truques pra limpar a casa como fazem sucesso.

A gente se refere ao cheiro de roupa limpa ou até o cheiro de faxina. A indústria de cosméticos e produtos de limpeza viciou nossos narizes em perfumes sintéticos que nos passam a sensação de limpeza, mesmo quando o que limpa bem e seguramente seja um álcool 70 ou um sabãozinho.

Eu posso falar da minha experiência própria: perfume me faz mal desde criança. Eu tentava usar perfumes, mas sempre passava mal. Depois mais velha minha “técnica” era borrifar no pescoço nas costas assim eu não ficava inalando o cheiro e não passava mal (meu deus né). Eu senti falta e tinha a sensação que minhas roupas não ficavam limpas quando comecei a usar o sabão líquido natural. Por isso, usava bastante óleo essencial pra ter um cheiro que comprovasse a limpeza.

Hoje eu sou como a Bea: tudo ficou muito mais aumentado e meu terror é entrar em um lugar que tenha algum perfume borrifado (pegar uber e afins é uma tortura porque muitos carros têm aqueles perfumes que pra maioria das pessoas é gostoso e pra mim, dá dor de cabeça e me faz enjoar).

Mas, ainda que a gente entenda que os cheiros de plantas naturais sejam bem sutis e não durem quase nenhum tempo, podemos adicionar eles sem precisar de TANTAS plantas. Uma solução simples é usar extratos de plantas: pode ser um extrato oleoso ou alcoólico ou até uma infusão mesmo (tipo um chá). Vai depender de como é o produto que você vai fazer pra saber qual tipo usar.

Quando a gente passa a pensar em sustentabilidade e gerar menos lixo, o primeiro R da lista é recusar. Pra isso, a gente precisa recusar coisas que a gente nem sabia que dava pra dizer não e acho que os cheiros malucos em TUDO são uma das coisas da lista.

Isso não significa que eu não goste de um cheirinho de OE nos cosméticos, que não sinta falta de um cheiro quando estou limpando a casa, que não tenha vontade de borrifar perfumes no sofá ou em mim mesma. Eu ainda tenho alguns perfumes, por exemplo. Mas é muito difícil que eu use e sigo tentando ser consciente dessas necessidades usando os OE de forma que faça sentido também com o desperdício zero.

Já tinha pensado nisso? 🙂

Author: Cristal Muniz

Cristal Muniz decidiu em 2015 que iria parar de produzir lixo e por isso criou o blog Um Ano Sem Lixo. Ao longo desses anos já deu várias palestras em escolas, universidades e eventos contando quais são os principais desafios e o que mudou na sua vida para alcançar o objetivo do lixo zero. Um ano virou uma vida e em julho de 2018 publicou o livro Uma vida sem lixo (Editora Alaúde), o primeiro livro sobre como ter uma vida lixo zero do Brasil.

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  • Cristal, OBRIGADA por esse post!
    Como eu precisava pensar nesse assunto, porque, felizmente, eu não cheguei a comprar um óleo essencial mas estava pensando muito sobre, já que em tantas receitas naturais sempre tinha uma sugestão de OE e eu ficava pensando que precisava comprar, podia atrapalhar o efeito… enfim, os preços normalmente são bem caros, eu fico deixando pra depois e agora pensando “seria mesmo necessário?”.
    Eu nunca tinha parado para pensar no efeito que causa no meio ambiente. E como essa deveria ter sido uma reflexão desde o início, afinal. Tá aí uma lição e tanto.
    O que você disse sobre “cheiros exagerados do mundo” fez muito sentido para mim, pois recentemente perfumes por aí tem me feito dor de cabeça, algo que não acontecia antes de eu começar a mudar os meus cosméticos. E ontem mesmo eu resolvi usar o restinho de um creme que estava por aqui e eu não entendia o motivo de ele parecer ter um cheiro tão forte, e agora liguei os pontos. Nosso olfato acaba mesmo por mudar.

    É importante que a gente nunca pare de questionar nossos hábitos e refletir sobre cada questão. Ainda que ela seja mais sustentável, não significa que não continue causando impacto negativo.
    Obrigada por compartilhar suas descobertas por aqui 🙂

    Abraços,
    Any.
    Poetiza-te

  • Oi Cristal…sabe que não tinha pensado. Eu economizo no OE porque são caros mesmo, mas me sentia culpada por não colocar umas gotinhas a mais no PUC…agora que li o que você escreveu me deixa mais tranquila e penso por outro ângulo.

  • Desde que comecei a inserir produtos naturais na minha vida tenho me perguntado a necessidade de deixar tudo cheiroso. Perfumes fortes SEMPRE atacaram a minha rinite e era maravilhoso que os produtos naturais tivesse um cheiro tão fraquinho. Eu nunca usei óleos essenciais em produtos, exatamente por causa do preço, mas é bom saber que não precisarei dele sempre.

    • Eu sempre usei pouco, dos que sobravam dos cursos, mas sempre morri de dó. Daí o incômodo foi crescendo crescendo e organizei todas as ideias.

  • Essa questão do olfato ficar mais “sensível” depois que a gente pára de usar perfume/fragrâncias sintéticas é bem complicado.
    Antigamente eu tomava um baaaaanho de perfume, aí comecei a usar O.E no colar aromático e o olfato parece que desacostumou com tudo que é sintetico.
    As vezes até o cheiro do O.E no cordão se torna enjoativo ou me dói a cabeça.
    Eu tenho enxaqueca e algumas vezes um cheiro forte de perfume/fragrância sintetica desencandeia a dor.
    Eu evito abraçar as pessoas pq mtas vezes a sensação que tenho é que o cheiro delas impregna no meu corpo e eu acabo passando por mal educada. rsra
    Até o marido já acostumou com a ausência de cheiros em casa e quando sente um cheiro mais forte tb fica incomodado.

    • Eu amei essas suas reflexões. Também me vinha perguntando se não havia um exagero em todos esses ensinamentos e cursos sobre aromaterapia. Concordo muito com você. Acho que o povo vem perdendo a mão e estão caindo no lugar comum do lucro acima de qualquer coisa. Um abraço.

  • Perfeito, comecei a pensar nisso depois que vi um post no Instagram da Fabi Florinda comentando que ela não utiliza OE em receitas de limpeza para casa pois você literalmente joga fora, ralo abaixo, os óleos… já faz um tempinho que faço o PUC sem óleo essencial e não tem me incomodado, na verdade gosto muito do cheirinho de coco que fica bem suave. Mas eu sinto falta principalmente no banheiro de um cheiro mais forte sabe? Eu adorava usar aqueles sprays na parede, vaso e na casa e agora me sinto meio órfã nesse sentido kkk. Ficaria muuuito feliz se tivesse algo assim que fosse ecológico no mercado. Já tentei fazer umas pastilhas pro vaso com bicarbonato, óleo essencial e outras coisas (receita da Nicole do família sem lixo) mas não deu muito certo. Uso o multiuso da Positiva que tem um cheirinho de laranja mas sinto falta de um cheiro que fique recorrente no banheiro, não na limpeza. Se alguém tiver alguma dica aceito sugestões 😀

    • Acho também que óleo essencial é algo muito difundido e com poucas pesquisas sobre. O que pode ser muito perigoso.
      Como vc comentou, dependendo do óleo é necessário muitos e muitos quilos da planta para se extrair 10ml, e isso varia muito de óleo para óleo. Entendo com isso que são concentrações diferentes e acho que a dica de quantas gotas se usar em cosméticos e produtos de limpeza é meio surreal pra mim. Tipo usar 20 gotas pra fazer um desodorante? Essa quantidade não variaria dependendo do óleo? Sei lá, acho que foi difundindo muito isso e as pessoas usam demais sem muitos estudos ou noção do que orientam.

      Eu já tentei pesquisar várias vezes sobre estudos científicos que comprovam que a lavanda é calmante e ajuda na cicatrização e demais óleos e seus benefícios e nunca encontrei nada muito definitivo sobre. O máximo que já vi foi com relação a Laszlo mas não é uma questão universalmente comprovada. Eu questiono ainda se alguns óleos que uso não me geram um efeito placebo tipo “Ah tô estressada, vou colocar umas gotas de óleo essencial no meu difusor para me acalmar” ou “estou cheia de espinhas, vou usar o óleo de tea tree para melhorar isso”…

      • Olha, várias questões, Bruna.

        Existe uma dificuldade de reprodutibilidade de resultados (que é o que a ciência ocidental se vale) pra comprovar efeitos psicológicos de óleos essenciais (porque é um tipo de estudo caríssimo e difícil mesmo pra remédios). Mas já saiu um estudo robusto que mostrou que o de lavanda teve o mesmo efeito que um antidepressivo em um grupo de pessoas (Avaliando placebo inclusive).

        Já os efeitos tópicos (pele) tem muuuitos estudos comprovando, muitas marcas usando há muito tempo além de que dá pra ver a melhora em dias em muitos casos.

        O que existe é: muita gente que acha que natural = seguro e sai usando sem pesquisar nada + marcas cujo propósito é vender muito como citei no texto que é mostrado no Indústria da Cura que inclusive sugerem INGERIR.

        Além disso, pesquisa se faz muito com investimento privado nos eua por ex: e as donas do dinheiro nao tem interesse em comprovar que óleos funcionam e como funcionam.

        Muitos conhecimentos milenares não são comprovados cientificamente pela ciência moderna, o que não significa que não sejam válidos, mas o caminho do meio é importante.

  • Quando parei de compras os cosméticos comecei a me perguntar o pq tudo tinha óleo essencial, nunca fez sentido, nos esquecemos que as coisas tem seus próprios cheiros e como isso é bom. Os óleos são “remédios e causa um efeito em quanto usado, e deveria ser usado conforme uma pessoa estudada no assunto prescrevesse, pq a lavanda pode ter efeito calmante para uma pessoa como pode dar outro efeito para outra ou dependendo que medicina a pessoa segue interfere no medicamento. Quando para de consumir tantos aromas percebemos a nossa volta vários aromas que passavam despercebido.

  • Total Cristal, falou tudo. Neste último ano também passei a encarar os óleos essenciais dessa forma.
    Adoro teu trabalho, acompanho o canal no Youtube e agora o podcast também.

    Não tinha mais entrado no Blog, como é bom ver um blog invés de instagram/fabebook. Viva o Blog!!

  • Cristal vc é demais. Sempre me questionei isso! Pra que usar algo tão custoso pra natureza pra sentir um cheirinho,e comecei a me questionar pq precisava de tantos cheirinhos e pronto hoje não uso nada a não ver o vinagre aromatizado com cascas de cítricos que limpa que é uma beleza e tem cheirinho gostoso. Passo mal igual vc c cheiroso muito fortes atualmente,ir em alguns ambientes é um terror, e até o cheiro só óleo essêncial que e bem forte acaba me fazendo espirrar rs.
    Sempre temos que repensar! Vc e demais

  • Muito boa a reflexão! Obrigada!

    Fico buscando marcas de sabonete que não usem oleo essencial, porque acho que ficaria acessível pra mim assim e não vejo necessidade de ter tanto cheiro em tudo!. Mas é dificil encontrar, a não ser os clássicos de coco para lavar roupa, mas ai eles ressecam demais a pele. Você sabe onde podemos encontrar sabonetes de corpo que não usem oe e sejam mais acessiveis? Te agradeço desde ja!

  • Eu me preocupo não só com as toneladas de plantas usadas na fabricação de OEs, mas também com a quantidade de interferência que eles geram quando aplicados diariamente. Será que somos quem somos ou estamos abafados debaixo de tantos OEs?

  • Texto incrível, muito sensato. Oléo essencial, use para o essencial. Em tempos de banalizalção ao uso de óleos essenciais, essa reflexão é muito importante. Parabéns

  • Gente! Esse post é extremamente necessário!
    Achei a abordagem muito pertinente, atualmente óleo essencial é algo que muita gente banaliza, e não nos damos conta do quanto está em jogo para que um vidrinho desse esteja disponível.
    Amo teus e-mails! Obrigada por isso ❤️

  • Eu não sou uma “saboeira” profissional, veja bem, mas já estou há um tempo nessa tentativa de evitar produtos industrializados e voltar às nossas origens, gosto de pensar assim.
    Fiz alguns cursos sobre saboaria e óleos vegetais, o que já ouvi neles é que o aroma/óleo essencial é usado para dar o cheiro, para facilitar a comercialização porque a primeira coisa que fazemos quando pegamos um sabonete é cheirar certo? Se não tiver justamente aroma de -limpeza- as pessoas não gostam. Mas o importante mesmo seriam os óleos vegetais, mais que o OE.
    Eu costumo usá-los junto com o óleo vegetal que passo no corpo dps do banho, sem enxágue. Rende muito mais e vc consegue absorver os benefícios dele, como você comentou.
    É cultural, e hábito… mas vamos mudando e evoluindo! Bjs

    • Que interessante esse seu comentário, Viviane! Eu sei que pra xampus, condicionadores, produtos que usamos por mais tempo mesmo que pra lavar, os OE podem fazer diferença no resultado. Mas a gente poderia diminuir muito o uso pra só o necessário mesmo.

  • Eu venho pensando sobre isso desde que comecei a fazer o sabão líquido para lavar roupas aqui em casa. Marido odiou a troca porque não tem o cheiro do sabão industrializado que usávamos. Contornei isso negociando abandonar o uso das buchas vegetais e sabão natural para lavar louças (ele odiou também). Fora a resistência dele, me peguei sentindo falta de um cheirinho nas roupas porque moramos em Cuiabá e aqui faz muito calor, mas muito calor mesmo, algo como 35° às 7:00 da manhã e dependendo da época, até mais que isso. Uso o álcool 70 com a diluição de laranja e limão (que consumimos muito em casa) e mesmo com o cheirinho gostoso dos cítricos, em dias de muito calor e muito suor me pego pensando o que vou fazer a respeito. Voltar para o industrializado não é opção, nem usar OEs, que sempre achei caro demais para isso.

  • Excelente post! Eu já estava questionando isso há um tempo e acabei usando só uma vez nas receitas de limpeza, depois vi que não valia a pena financeiramente, mas essa discussão que você traz é ainda mais complexa e necessária.

  • Gosto muito dos perfumes, seja ele onde for e reconhço esse desperdício do OE, tanto que ficava inconformada ao ver as receitas naturais (principalmente de limpeza) com tantas gotas de OE.
    Sobre os perfumes pessoais, tenho alergia também, mas é a minha pele que sofre, ficando com manchas (acredito que seja pelo alcool, mas não tenho certeza ainda) e concordo que é tudo uma questão de construção já que as vezes saio de casa e me sinto meio “relaxada” por não estar perfumada

  • Adorei o post! Super me identifiquei pois tenho desde muito tempo essa dificuldade de gostar de aromatizadores nos ambientes, roupas, limpeza da casa, etc.. Cheiro de amaciante me deixa muuuito enjoada, engraçado né? Gosto das roupas sem nenhum perfume, até por isso uso vinagre desde que lavo as minhas próprias roupas.. Enfim, gostei muito de ler esta visão e agora terei ainda mais precaução no uso para evitar desperdício de um bem tão precioso (principalmente o de lavanda né? $$)

  • Eu tenho alguns óleos e sempre fui bem mão de vaca em relação ao uso deles, uso no shampoo o tea tree e melhorou a coceira, desodorantes em hidratantes.
    Compartilho da mesma opinião dos sabonetes, baita desperdício. Tenho usado, bastante o caraças da manga/ manteiga e com isso já garanto bastante perfumação. Obrigada, por este post. 😘

  • Muito importante suas reflexões, já venho começando a vislumbrar estás questões de usar OEs em tudo em busca de cheiros. Acredito ser uma transição dos cheiros sintéticos intensos para cheiros suaves e de repente sem cheiros e naturais.
    Quando tomamos consciência do impacto que causamos no meio ambiente ficamos mais cauteloso.
    Os grandes sábios da antiguidade faziam votos de comerem apenas os frutos ou folhas quem caiam das árvores simplesmente para não causar danos às outras entidades vivas.
    Parabéns pela sua iniciativa!!!

  • Cristal, muito bom ler essa reflexão! Somos ensinados a entender como “cheiroso” todas essas coisas sintéticas e deixamos de apreciar muitos aromas naturais. Me fez pensar num recorte pessoal: eu por muito tempo procurava perfumes e tentava criar uma cultura de usa-los diariamente (nunca muito bem sucedida). Minha namorada nunca gostou de cheiro de perfume e com ela eu aprendi a sentir o cheiro da nossa pele e adorar. E agora fico com essa sensibilidade que vc falou praquelas pessoas que tomam banho de perfume! Não gosto! Rs

  • Por isso mesmo eu só uso no corpp, nooo cooorpo! Oe não uso em difusores, colares, roupas, casa… somente na minha pele. Se eu quero ir cheirando, ponho uma gota no meu ombro, porque me dá aquela sensação de que estou usando para a saúde do meu corpo e não desperdiçando-o. Uso com muita cautela, com amor e agradecendo à planta por me ajudar em tal quesito. Guardo bem, acondiciono bem, não os deixo no sol, calor, deitados, pois não quero perder uma gota sequer; para mim, óleo essencial é como ouro… (modo de falar, pois o ouro não deve ser explorado, pois ele tbm tem sua função aqui na terra).

  • Eu não costumo usar óleo essencial nos produtos de limpeza, desde o começo, pois sempre acho que os aromas duram pouco, muito pouco, e pra mim acaba não valendo a pena mesmo.
    É muito diferente o cheiro do meu apê após estender as roupas, porquê simplesmente não tem cheiro nenhum e de nada, nem de vinagre, mas fico mais feliz assim.

    Até quando uso perfume em mim eu penso: poxa, daqui algumas horas eu não estarei mais sentindo nada, simplesmente porque nosso nariz se acostuma e para de sentir o meu próprio cheiro…

  • Muito importante esse post, Cristal! E vale para muita coisa que compramos ou consumimos, muitas vezes, para seguir uma tendência sem nem entender o sentido real daquilo. É um exercício se questionar sempre.

    Em relação aos óleos essenciais especificamente tenho uma história meio doida. Uma amiga descobriu um evento em Floripa sobre óleos essenciais que, pela descrição, iria falar sobre os usos, impactos, etc. Não era muito caro e no fim ainda ganhava uma amostra. Chegando lá, o evento era basicamente para vendedores e representantes da marca para enaltecer a empresa, bem no esquema de pirâmide (tinha os prata, ouro, diamante). O pior de tudo é que vendiam a exploração como algo legal. Foi BIZARRO.

    • Nossa, Fernanda! Você já viu esse episódio da sério do Netflix? Eles falam de algumas empresas, imagino que a que tu foi tenha sido uma delas. É bem assustador.

  • Oi, Cristal! Nunca havia parado para pensar nisso. Incrivelmente hoje passei um tempão no Instagram de uma moça que ensinava a fazer cosméticos naturais, e fui observando que em todas as receitas ela coloca cerca de 3 óleos essenciais, e fiquei pensando… Jesus, não tem como eu fazer tudo isso, para cada cosmético são 3 óleos totalmente diferentes. Daí descobri também que ela é a presidente de uma marca de óleo essencial. Enfim, já usava muito pouco devido ao preço absurdo. Mas enfim, devemos então usar quando o óleo tem uma função super necessária. Daí fiquei na dúvida, ele é dispensável na sua receita de pó dental? Abraços!