Quanto menos a gente olha pra gente mesma, quanto menos “se investiga”, se aceita e se curte… mais energia sobra pra olhar pra fora. Não ter vontades claras, não exercitar questionamento (no guarda-roupa e na vida!) rende um vazio que deixa a gente à mercê do mercado/da indústria: a gente passa a não desenvolver pensamento crítico e opinião como cidadãs – mas sim passamos a nos expressar como consumidoras, através do que compramos. Se a gente não faz as próprias escolhas, então o mercado “escolhe” pra gente.
Nosso trabalho como consultoras de estilo pessoal exercita bem isso: a gente ajuda clientes a enxergar com clareza os seus SIMs, pra que elas tenham força emocional pra dizer NÃO pro que não serve pra elas. 🙂
Percebam que tudo em volta quer que a gente diga esses SIMs, que compre tudo, que não raciocine sobre nada, que não faça escolhas — pra optar sempre por um excesso que não funciona, e que por isso mesmo faça a gente querer comprar ainda mais.
Já disse Marcelo Camelo: a gente devia “só precisar do que já tiver”. Isso é tranquilidade, é o oposto de ansiedade!
Agora pára um segundo e pensa com a gente: e se a gente tivesse cuidando de estudar a nossa própria aparência em frente ao espelho (e não tanto as aparências das moças que frequentam semanas de moda, que aparecem no Pinterest, que tão nas páginas das revistas)? E se no lugar de estudar e perguntar “de onde é” e querer saber milimetricamente o que as outras pessoas tão vestindo… a gente fizesse essas perguntas sobre nós mesmas?
Olhar pra dentro de si mesma com carinho <3 procurando clareza de preferências e vontades nem é tão dificil – mas a gente tá bem desacostumada, já que nada em volta ajuda ou incentiva essa prática.
Perguntas boas pra se começar (assim que a gente desliga o celular ou sai da frente do computador) podem ser:
-o que eu quero sentir?
-como eu quero parecer?
-o que é importante pra mim?
-que tipo de roupas, cores, acessórios, materiais e estampas eu entendo que me fazem sentir essas sensações ou parecer como eu desejo?
Um aprendizado útil de verdade pode ser esse: entender como as roupas podem materializar sensações. Se a gente consegue organizar essas respostas daqui de cima com honestidade e carinho, fica tranks escolher o que vestir – e as escolhas vão ficando mais e mais certeiras na medida em que a gente se interessa também por conhecer qualidade, caimentos, acabamentos, etc.
Quando a gente tem clareza de quem é e consegue “mapear” a vida que vive, fica fácil dizer não pro que é excesso. É nisso que a gente fundamenta o nosso SUBSTITUA CONSUMO POR AUTOESTIMA: na energia que coloca em si mesma pra não precisar comprar pra se sentir bem.
E a nossa experiência prática com clientes de consultoria e com alunas dos nossos cursos ensinam mais e mais pra gente – e dão certeza de que esse é um raciocínio eficaz, que funciona de verdade, na vida real.
Pra ler mais sobre:
– pra ler mais sobre estilo pessoal e questionamentos/autoconhecimentoe traduções e efeitos na silhueta.
– se você sente o chamado pra ensinar e compartilhar isso vem estudar com a gente.
– pra começar já a exercitar isso no próprio guarda-roupa.
Excelente post para nos fazer reflectir!
Muito obrigada por isso!
beijinho e bom fim de semana.
Amei!
Muito obrigada por esse post! Como sempre incrível, como todos os outros do blog.
Estou diminuindo a quantidade de roupas que tenho e definir um estilo é mesmo um desafio. Vou tentar fazer essas perguntinhas para mim mesma e refletir sobre as respostas.
Textos e conceitos sempre bem vindos. Meninas da Oficina botando a moda a nosso favor, como sempre deve ser… Consumo com consciência é um ato de liberdade <3